segunda-feira, dezembro 04, 2006

Segurança Absoluta

Aqui há coisa de umas semanas, a cantina da minha faculdade contratou um segurança. Só agora estou em condições de me pronunciar acerca dessa fábula pois só agora saí do estado de choque.
Para quem não conhece a cantina de Ciências (quem tem essa sorte), aquela choupana funciona do seguinte modo: o estudante entra, guina à esquerda e pede à funcionária da caixa uma senha de carne, peixe, dieta ou vegetariano. Este é um passo importantíssimo, até porque as senhas são todas iguais. Enquanto entrega os 1,95 euros à funcionária da caixa, o estudante estende o cartão de estudante à profissional destacadora de senhas, que tem de facto uma profissão extremamente desgastante. Após a aquisição da senha, o estudante dirige-se para o refeitório propriamente dito. E na zona de passagem, antes um lugar calmo e tranquilo (como eu gosto desta palavra), encontra-se um temerário armário, vulgo segurança. Com os seus 1,75 metros (1,80 em bicos dos pés), 70 quilos e mãos atrás das costas, aí está ele a aterrorizar quem pretende almoçar. Com postura de segurança de discoteca (sem olhar nos olhos das pessoas e carrancudo quanto baste), a função deste ogre é...verificar a autenticidade dos cartões de estudante. Já repararam concerteza na discrepância entre aquilo que é o paradigma de um segurança e a descrição que eu vos dou deste personagem. Pois é, este segurança de facto não segura nada. Um pontapé no estômago e lá vai ele... E o que dizer da função ridícula que desempenha? Olhar para cartões de estudante já anteriormente verificados e acenar com a cabeça? Francamente... E nós a pagar-lhes o salário... Há também o outro lado da questão. E as duas horas que aquele indivíduo passa ali de pé, onde os únicos movimentos que lhe são permitidos são o aceno de cabeça, a respiração e, vá lá, o afastamento ligeiro das pernas para a libertação gasosa fétida? Se calhar até custa... E se alguém resolve armar confusão? Pois é...
Bem, no meio disto tudo eu é que ando muito mais satisfeito. É que desta forma, pelo menos sei que se um bombista islâmico resolver atacar a cantina (se eu fosse um terrorista muçulmano, a cantina de Ciências seria sem dúvida o meu alvo mundial de eleição), ele só terá sucesso se possuir cartão de estudante da Universidade do Porto, o que na minha opinião até é pouco provável.